Com a mudança da rotina nesta época de quarentena, é muito comum que as pessoas sintam desconforto ou um certo sofrimento com o tamanho do corpo. Quem tem algum distúrbio alimentar e mesmo os que já passaram por tratamento, podem apresentar um sofrimento muito mais intenso com o corpo ao longo deste período, sendo pior para aqueles que apresentam distorção de imagem corporal.
O fato de se movimentarem menos, faz com que pensem mais sobre o corpo e, consequentemente, aumentam a preocupação com ele e parece que o corpo apenas aumenta de tamanho a cada dia (distorção de imagem).
Enquanto o foco estiver no medo da percepção de que o corpo está aumentando de tamanho (apesar de não estar), mais aparecem pensamentos de que a comida é proibida, vem a culpa de ter comido, a culpa de estar grande acarretando na vontade de restringir e compensar.
A tendência é o aumento gradativo da insatisfação corporal associada a pensamentos como raiva, nojo, desespero e atitudes disfuncionais por causa do corpo, podendo levar as pessoas a terem recaídas ou piora do seu quadro de doença.
Todo este quadro é vivido de forma muito sofrida e sozinho(a), pois na maioria dos casos, este sofrimento não é entendido pelos outros.
Outra questão delicada deste período é que o apoio da equipe de profissionais que atendem as pessoas em tratamento também está reduzida ou pode não estar ocorrendo por vários motivos. É normal ter a sensação de desamparo e abandono, o que também vai ter uma repercussão negativa no corpo como consequência.
Manter um mínimo de atendimentos, mesmo que online (teleconsulta) é importante para manter a rotina e ter suporte.
Não é um período fácil, mas ele vai passar.
Veja aqui a entrevista sobre distorção de imagem corporal.
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