Perdemos a capacidade de gostar de nós mesmas quando passamos a viver de um jeito perigoso: baseado na comparação, na competição, na inveja, na desqualificação dos outros, idealizando uma vida plena/perfeita e não aceitando que erros, fracassos e vazios são partes inevitáveis da vida.
Não suportamos a falta. Não toleramos o fato de não ser ou não ter tudo que desejamos. Você não gostaria de ser tudo, de ter tudo? Ter todo o amor, todo o reconhecimento, todo o carinho do mundo e um pouco mais?
Sempre achei que a minha sensação de insuficiência vinha exclusivamente de nunca ter sido magra do jeito que eu entendia como “ideal”. Mas depois de anos de análise pude entender que, na verdade, a “culpa” nunca foi do meu corpo, e sim de toda a frustração com a qual eu não soube lidar ao longo da minha vida.
Adoeci em busca de pertencimento, aprovação, sucesso, reconhecimento, amor e felicidade. Não é curioso? Hoje sei que meu corpo foi o depositário de anos de dores que eu não sabia nomear e elaborar, principalmente da minha baixíssima tolerância à frustração.
Eu depositava toda a raiva, inveja, ressentimento e fracasso na única matéria física que eu tinha para machucar: o meu corpo.
Trecho do Livro “A Vida Perfeita não Existe”.
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