Vivemos uma perpétua sensação de insuficiência, o que vou chamar de sensação de inadequação/fracasso/vergonha/culpa/insegurança/vazio/desamparo. Estamos adoecendo em busca de pertencimento, aprovação, reconhecimento, amor e felicidade. Sim, a gente adoece de tanto tentar ser feliz! Não é curioso?
O desejo de reconhecimento nos escraviza.
O desejo de afeto, de sermos sempre amadas, nos escraviza. O desejo de estar preenchida nos escraviza porque buscamos a plenitude como a única via possível de felicidade. Ficamos completamente cegas em busca dessa felicidade idealizada. Ansiando por uma vida livre de sofrimento e tentando lidar com o medo e a vergonha de não sermos boas o bastante, caímos na perigosa armadilha de desejar algo impossível: a vida perfeita.
Escrevo com a intenção de lhe dar coragem para pensar sobre os seus sentimentos e as suas emoções. Para pensar sobre o desamparo, a ausência, a falta. Para questionar que felicidade é essa que você está buscando. Viver exige a coragem de acolher a infelicidade, o medo, a angústia, a dor. Parece contraditório, mas é justamente ao aceitar e acolher a infelicidade, a angústia, o medo, a dor, o fracasso, a vulnerabilidade, a impermanência, a ambivalência e a imperfeição de ser humano que podemos viver mais momentos de felicidade!
Para chegar à tal “felicidade”, precisamos olhar fundo para o vazio, para a insuficiência, para a inadequação, para a sensação de fracasso, para os sentimentos de culpa, vergonha, ressentimento e inveja.
Por isso eu gostaria de lhe apresentar uma forma diferente de lidar com o sofrimento. Convido você a conhecer um caminho novo para uma vida possível, factível, que é muito diferente daquela que idealizamos.
Esse caminho começa por aceitar que não existe vida sem dor, e, por mais contraditório que possa parecer, é sua relação com a dor que vai lhe ensinar a ser mais feliz.
Trecho do Livro “A Vida Perfeita não Existe”.
Posts Relacionados
0