4 Mitos sobre o comer emocional.

Por Valéria Lemos Palazzo

Muitas vezes ouço mulheres que lutam para perder peso, falta de energia e outros problemas ligados ao peso e imagem corporal, e descobri que a questão principal é que elas estão lutando com o seu “consumo emocional”. Às vezes, eles nem sabem disso no início, o que torna seus desejos para perder peso, ganhar energia ou resolver suas questões de imagem corporal quase impossíveis.

Quando estamos acostumados a usar o alimento para satisfazer uma emoção ou sentimento, estamos negligenciando a questão real e, na maioria das vezes, não estamos nos cuidando de forma emocional, mental, espiritual ou física.

A maioria das pessoas sente que comer emocional é uma maldição impossível de controlar e, no entanto, elas querem resolvê-lo imediatamente. Antes de começar a discutir como lidar com o consumo emocional de forma saudável, é importante que entendamos o que não é verdade sobre a superação da alimentação emocional.

PARA ISSO VAMOS ENTENDER OS 4 MITOS SOBRE O COMER EMOCIONAL

 

Mito #1 – Comer emocional é ruim.

O consumo emocional pode parecer horrível e incontrolável, e é frequentemente associado a sentimentos negativos. Por exemplo, comer uma pizza inteira após um longo dia estressante. No entanto, o consumo emocional também pode ser associado a sentimentos positivos. Por exemplo, comemorando uma promoção com uma porção de chocolate e uma garrafa de vinho.

Nenhuma dessas situações é ruim ou algo para se sentir vergonhoso.

Estamos simplesmente comendo por prazer, que é realmente um instinto biológico para se sentir bem e evitar a dor. Trabalhe para mudar a maneira como você pensa sobre o consumo emocional. Pense em comer emocionalmente como um sinal que lhe diz que algo pode estar faltando em sua vida. Não esqueça de perceber o que é, seja curioso e consciente da situação.

 

Mito #2 – Você precisa ter força de vontade e autocontrole para parar a alimentação emocional.

A sociedade de hoje gosta de destacar a ideia de que a força de vontade e o autocontrole são necessários para perder peso ou alcançar o sucesso, mas a verdade é que o comer emocional não tem nada a ver com força de vontade ou autocontrole.

Comer é um instinto biológico e infelizmente (ou, felizmente, dependendo da sua perspectiva), a força de vontade não pode controlar o instinto.

Por períodos curtos de tempo, pode ser possível controlar e controlar seu desejo de comer emocionalmente, mas, eventualmente, seu instinto irá acompanhá-lo e sua alimentação emocional resultará em compulsão alimentar e provavelmente será muito pior.

Se a força de vontade fosse simplesmente a resposta, você acha que teríamos a crise da obesidade que estamos tendo hoje em nosso país? Compulsão alimentar e impulsividade não é algo tão simples que se limite a ter força de vontade e autocontrole. Muitas vezes é necessário ajuda médica ou psicológica.

Mito #3 – O alimento é o problema, porque é delicioso e esta em toda parte!

Não consigo discutir com o fato de que a comida é deliciosa e esta presente em todos os lugares, vamos encarar que esta é uma verdade. Mas a realidade é que a comida não é o problema.

A maioria das pessoas tenta lidar com o consumo emocional obsessivo ao não comer determinados alimentos. Tudo que isso faz é fazer você pensar sobre o alimento ainda mais e eventualmente, você acaba com compulsão alimentar muito maior do que você teria se tivesse lidado com isso de maneira equilibrada em primeiro lugar.

Em vez de se concentrar em não comer de forma emocional, é importante tentar encontrar maneiras de lidar com suas emoções e sentimentos diariamente, independentemente de você comer ou não esse chocolate ou porção de batatas fritas.

Mito #4 – Substituir o consumo emocional por “autocuidado” ou distração é a resposta!

Muitos especialistas irão aconselhá-lo a fazer algum tipo de ato de autocuidado em vez de se “agarrar aos alimentos” para obter conforto. Eles vão dizer que, quando você sentir o desejo de comer algo “ruim”, saia de casa ou ligue para um amigo para conversar no celular.

Isso pode funcionar a curto prazo, mas provavelmente não funcionará a longo prazo.

O mais importante é praticar o autocuidado diariamente e parar de negligenciar suas emoções. Como mencionei anteriormente, é igualmente importante fazer essas atividades prazerosas – e não apenas coisas que te distraiam – independentemente de você também comer suas emoções.

Quando começamos realmente a cuidar de nós – e principalmente a praticar o autoconhecimento – iremos parar de usar o alimento para o nosso autoconforto. Isso, naturalmente, levará tempo, mas confie em mim, cuidar de si mesmo e se auto conhecer é realmente bastante agradável e pode até ser melhor do que aquele sorvete de 3 bolas coberto de calda.

Programe diariamente o autocuidado e pratique o autoconhecimento.

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Valéria Lemos Palazzo
Psicóloga e neuropsicóloga. Coordenadora do GATDA – Grupo de Apoio e Tratamento dos Distúrbios Alimentares.