Se não é dieta, qual é o caminho?

Por Fernanda Timerman

Nosso corpo se comunica conosco diariamente e de várias maneiras, quando faz sua barriga roncar, quando te manda uma dor de cabeça, quando vem aquela vontade de comer carne especialmente hoje (pq será?).

Achar que todo mundo deve fazer a mesma dieta, eliminar as mesmas coisas e comer a mesma quantidade é um ERRO.

Por isso insistimos que o caminho não é a dieta.

Mas então qual é?? O primeiro passo é prestar atenção para ter consciência do que está acontecendo. Uma boa forma é fazer um registro alimentar da sua rotina e se comprometer anotando tudo, inclusive a bala, o cafezinho etc.

Isso serve para uma auto avaliação que pode trazer uma clareza sobre os aspectos que estão bons, os que podem melhorar e os que precisam mudar.

Dicas gerais:

  • Tenha em mente que você vai comer de novo quando você estiver com fome.
  • Não espere até que você esteja faminto. Uma das chaves para uma alimentação consciente é manter seu corpo adequadamente alimentado para evitar tornar-se excessivamente faminto, o que aumenta a chance de que você comer demais.
  • Respire algumas vezes e se concentre antes de começar a comer e ao lidar com seu corpo. Isso ajudará você a pensar o quanto você quer comer, e não simplesmente comer por impulso. Tente montar mentalmente seu prato antes de se servir!
  • Repare nos alimentos que disparam um comer mais impulsivo-descontrolado e em um primeiro momento não se exponha tanto à eles, porém sem a carga da restrição. Quando tiver muita vontade de comer, tente fazê-lo em um dia que estiver bem, com alguém que você gosta, em um lugar agradável e com consciência (e não sozinho e escondido).
  •  Coloque o seu garfo para baixo entre as mordidas e faça pausas no meio da refeição (de 1 a 2 minutos) para verificar se está ficando saciado. Tente estimar quanto mais de comida levará para uma saciedade confortável não para ficar cheio ou estufado.
  • Engaje todos os sentidos na hora de comer: cheiro, aspecto, sabor, textura dos alimentos e preste mais atenção na comida do que no celular ou na TV. Comer com os sentidos, com mais calma e menos culpa e julgamento pode te surpreender. Nossa saciedade envolve a consciência de todos esses aspectos, e não só o estômago.

Esse processo pode ser simples para uns e complexo para outros, pois não é fácil resgatar sinais de fome e saciedade, organizar a rotina, entendendo que planejamento e organização são necessários, mas que a flexibilidade também.  

Se você percebeu que tem uma relação caótica, de extremos, com muitas questões emocionais relacionadas à alimentação, procure um nutricionista comportamental. 

Entenda nestes dois vídeos se você tem uma relação transtornada com a comida e como mudar estes comportamentos.

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Fernanda Timerman
Nutricionista, Mestre em saúde pública. Faz parte da coordenação do GENTA, Grupo Esp. em Nutrição e Transtornos alimentares e da Nutrição Comportamental.