A construção da autoaceitação e do amor-próprio é uma mudança que acontece na nossa mente, no coração, na nossa alma. Precisamos mudar de dentro para fora.
Temos de aprender a amar e respeitar a pessoa que somos. Eu tive de aprender a ter orgulho de mim, a me sentir confiante, capaz. Eu consegui isso quando entendi que todas as pessoas tem as suas vulnerabilidades e sentem muita vergonha de alguma coisa em si mesmas. A escritora Brené Brown diz:
“A vergonha é universal e constitui um dos sentimentos humanos mais primitivos. As pessoas que não experimentam esse sentimento são carentes de empatia e não sabem se relacionar. Todos nós temos medo de falar sobre a vergonha. Quanto menos nós falarmos sobre a vergonha, mais controle ela terá sobre nossas vidas. […] Sentir vergonha é ter medo de romper algum vínculo –medo de que algo que fizemos ou deixamos de fazer, de que um ideal que não conseguimos alcançar ou de que uma meta que deixamos de cumprir nos torne indignos de nos relacionarmos com outras pessoas. Eu não sou digno ou bom o bastante para amar, ser aceito ou manter um vínculo com alguém. Eis a definição que emergiu de minha pesquisa: Vergonha é o sentimento intensamente doloroso ou a experiência de acreditar que somos defeituosos e, portanto, indignos de amor e aceitação.”
Fiquei pensando, vivemos escondidos em máscaras, escudos ou criamos um armadura para vivermos dentro. Precisamos ser fortes, seguros, durões o tempo todo e, por isso, nos escondemos de quem somos de verdade. Escondemos nossos medos, angústias, vergonhas, vulnerabilidades.
Muitas vezes ninguém sabe dos nosso medos e sofrimentos, nem a nossa família. E aí chega um ponto em que a gente finge tanto ser forte, que nem sabe mais direto sobre os nossos medos e dores emocionais. Acabamos fazendo piada com o nosso sofrimento, o que poder ser até uma forma de autoproteção. Mas não se engane: não é.
Quando eu parei de encarar o meu sofrimento como bobagem e comecei a tratá-lo com a atenção que merecia, eu comecei a melhorar. Cuide das suas dores emocionais para elas não tomarem conta da sua vida.
E lembre-se, todo mundo sente vergonha de algo, a Brené Bronw diz que a vergonha não é exclusividade de quem sobreviveu a um trauma ou alguma situação vexatória, vergonha é algo que todos nós experimentamos e vamos experimentar várias vezes na nossa vida. Durante 10 anos ela pesquisou sobre isso e descobriu que vergonha está em lugares bastante conhecidos:
- Aparência e imagem corporal
- Dinheiro e trabalho
- Maternidade/paternidade
- Família
- Criação de filhos
- Saúde mental e física
- Vícios
- Sexo
- Velhice
- Religião
- Traumas
- Estigmas ou rótulos
Veja bem, o primeiro dos doze gatilhos de vergonha para as mulheres é a nossa aparência. Apesar de todas as nossas conquistas nos últimos 100 anos como o direito à educação, ao voto, ao trabalho, à liberdade sexual, ainda estamos aprisionadas nos nossos corpos e sentimos vergonha de não sermos magras, jovens ou bonitas o bastante.
No meu primeiro vídeo, uma das últimas frases é: “a gente precisa fazer um revolução”. Eu insisto:
Aprender a respeitar e amar nossos corpos é, sim, a nossa próxima revolução e ela vai começar a acontecer dentro das nossas casas, diante do espelho e dentro dos nossos corações, quando a gente começar a exercitar a autocompaixão, entender e aceitar que todas somos lindamente imperfeitas!
Meu desejo é que você possa cuidar das suas dores da alma e do coração. Lembre-se: as dores emocionais podem causar até mais sofrimento do que uma física. Busque ajuda.
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