Como é possível ser feliz e gostar de si mesma se você define a sua felicidade e o seu valor com base em tudo que você não tem e os outros têm? Nesse raciocínio, você está condenada à infelicidade eterna, porque sempre haverá coisas que alguém tem e você não. Assim como sempre haverá algo que você tem e os outros não, mas não costumamos pensar nisso. Nosso pensamento está sempre naquilo que não somos e não temos.
Ao invejar alguém, somos tomadas por uma tristeza/raiva enorme de apreciar algo no outro e não o ter, o que leva à autodepreciação, ao ódio por nós mesmas e ao ressentimento. As pessoas muito ressentidas com a vida estão sempre se comparando com alguém mais bonito, mais rico, mais inteligente, mais “perfeito”, como eu fazia o tempo todo. Assim, a pessoa tomada pela inveja é sempre insaciável e se sente permanentemente vazia, fracassada, porque existe uma conexão íntima entre inveja, ciúme, voracidade e fracasso.
Se uma pessoa é insaciável, ou seja, se nada é suficiente para atender ao seu desejo, ela não consegue usufruir o que a vida lhe dá, porque é sempre menos do que aquilo que quer ter. Dessa forma, ela vive em um abismo, sufocada pela angústia e pela sensação de vazio, em busca de algo que nem sabe ao certo o que é. Muitas vezes estamos vivendo, sem perceber, no abismo que criamos para nós mesmas.
Trecho do Livro “A Vida Perfeita não Existe”.
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