A interferência da superestimação do tamanho do corpo no comportamento alimentar.

Por Bianca Thurm

Existem várias causas para o desenvolvimento do distúrbio alimentar. Uma delas é a crença de que o corpo está muito grande e a pessoa é impulsionada a tomar alguma atitude para se livrar deste desconforto. Em muitos casos, a causa deste desconforto está na distorção perceptual da imagem corporal, que é a superestimação do tamanho do corpo ocasionada por uma imprecisão que a pessoa tem em reconhecer seu tamanho real.

É um distúrbio no processamento neurológico do tamanho e a forma do corpo que ocorre na mente, que faz a pessoa acreditar que o corpo dela é maior do que ele realmente é.

Por conta disto, a primeira atitude da pessoa é começar a tirar alguns tipos de alimentos do seu cardápio. Normalmente o carboidrato é o primeiro a ser retirado e a pessoa pode criar também uma rotina de exercícios diários para ajudar a diminuir o tamanho do corpo. Como a distorção do tamanho corporal só existe na mente, a sensação de que ele esta grande permanece e a pessoa acha que o esforço dela não está dando resultado.

E assim o próximo passo é diminuir mais a ingestão calórica e aumentar a quantidade de exercícios, porém a ampliação do esforço continua não trazendo o efeito corporal desejado.

Inicia-se uma reação em cadeia, cada vez mais restrição alimentar, exercícios de forma excessiva e a associação de métodos purgativos (vômitos, laxante e diuréticos). Estas atitudes desencadeiam os transtornos alimentares como a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, e o transtorno da compulsão alimentar que acabam se tornando uma opção para se livrar do desconforto e a insatisfação com o tamanho do corpo.

A superestimação do corpo (uma desorganização mental) não vai embora com as atitudes compensatórias, necessita de tratamento fisioterapêutico especializado capaz de fazer a pessoa (o cérebro) voltar a reconhecer que o corpo não está tão grande como ela imagina. Isto ajuda a reestabelecer uma melhor relação com o corpo e diminuir os métodos compensatórios.

Não tenha vergonha de procurar ajuda profissional para a distorção da imagem corporal e os transtornos alimentares.

Que saber mais? Veja a entrevista com a fisioterapeuta Bianca Thurm, pós-doutora pela Faculdade de Medicina da USP, Instituto de Psiquiatria.

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Bianca Thurm
Fisioterapeuta, Pós-doutora pela Fac. Medicina da USP, colaboradora do AMBULIM e PROTAD do IPqUSP. Idealizadora do www.metodobt.com.